terça-feira, 17 de maio de 2011

Retratação


Ontem reli todo o meu blog. Gosto de fazer isso quando não tenho ideia para escrever algo novo. Fiquei triste ao perceber que a maior parte dos textos foi movida por sentimentos momentâneos, e que de certa forma ficaram eternizados quando os escrevi aqui. Não estou dizendo que vou apagar os textos, pois não me arrependi de tê-los escrito. Gostaria apenas de me retratar, uma vez que frequentemente tenho escrito sem pensar.

Já dizia Shakespeare que "quando estamos com raiva, temos o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de ser cruel". E talvez eu tenha sido.

Vocês não têm noção do quanto me incomoda tomar café ao lado de Pluft, o fantasminha. É tão desagradável ter que fingir que a pessoa que divide a mesa com você não está ali... Isso me magoa, mas não há nada que eu possa fazer. Escrever no blog não é algo que vá mudar o que ele sente em relação a mim. Talvez ele tenha se excedido, talvez eu. Eu não me importaria em cumprimentá-lo, mas vou respeitar (dessa vez de verdade) a vontade dele.
Além disso, uma outra mágoa antiga me fez escrever escrever textos que afirmavam coisas das quais eu não tinha certeza quanto à veracidade. Chamar alguém de hedonista, de egoísta, de hipócrita é simplesmente dar um tiro no escuro. Eu nunca poderia afirmar com certeza o que uma pessoa é em sua essência, e agora que tudo está calmo eu percebo isso. Talvez a hipócrita aqui seja eu. Ninguém tem que dar preferência à felicidade do outro quando tem a sua para satisfazer, não é mesmo? Eu mesma estou fazendo isso agora.
Acho que está na hora de transformar uma coisa que foi bonita em outra coisa igualmente bonita. Vai dizer que lembrança não é algo bom?! Tá certo... Já chorei por memórias que hoje me fazem rir e pensar: "Como foi um dia gostoso, aquele"... No entanto, não tenho vontade de que esse dia volte, e tampouco me arrependo de qualquer coisa que tenha feito.
Sentir culpa é colocar-se numa prisão perpétua. Como diz a Dani, uma aluna-amiga minha, "deixa isso dar uma passeada lá fora do seu coração"... Talvez tudo isso tenha sido motivado por não ter sido bem esclarecido, mas de que adiantaria agora? Não faz sentido remexer nas feridas de ninguém. Às vezes tenho vontade de ser perdoada pelas coisas que fiz ao longo da minha vida. Mas aprendi que se isso não é possível, eu tenho que perdoar a mim mesma. Isso consegue ser ainda mais difícil, mas sou humana. E aceitar meus erros e perdoá-los é a forma mais simples de abrir a cabeça para coisas novas.

Uma vez alguém me disse para escrever sobre coisas que me deixassem felizes. E é isso o que eu preciso fazer.
Bem-vindos ao novo Diva não Chora, escrito por uma diva que não só chora, como ri, escreve, lê, dorme, come, se diverte e às vezes, como qualquer um, erra. Sei que isso não era necessário, mas me sinto melhor assim.
P.s.: Depois de bater o recorde de dias sem chorar (desde 16 de janeiro, eu acho) eu chorei ontem! Mas nada demais, choro rápido (senão ia desperdiçar minha base super cara da Mary Kay).

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